As doenças na África causam polêmicas infinitas por todo o mundo. Sabemos que elas não são um problema exclusivamente de saúde, elas estão associadas a outros setores sociais. Parte desses problemas tem a ver com a pobreza e ignorância e a resposta passa também pela educação, transparência e boa forma de governar.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o coreano Wook Jong-Lee, criticou a "lentidão" dos líderes mundiais no combate às doenças na África, defendendo mais investimentos para o setor: “A demora da resposta mundial contra as doenças na África contrasta com a necessidade da população de ter acesso a saneamento básico”.
Algumas das doenças presentes na África, como a malária, que tem na região 90% de todas as mortes causadas por si, podem ser prevenidas e são curáveis, mas continuam causando mortes devido ao limitado acesso aos cuidados sanitários. Já a Aids, que infecta 30 dos 800 milhões de habitantes africanos e um terço das pessoas portadoras de todo o mundo, poderia ser prevenida se o governo se voltasse mais para a educação e informação da população.
A ONU alerta para a vulnerabilidade das mulheres africanas diante da doença. A maioria delas contrai o vírus em idade inferior à dos homens. A média de infecções com o HIV no continente é de 36 mulheres para cada dez homens. Em 2005, das mais de 17 milhões de portadoras no mundo, mais de três quartos viviam na África subsaariana.
A epidemia afeta o desenvolvimento econômico e demográfico da região. Estima-se que em 2012 o Produto Interno Bruto (PIB) da África do Sul, por exemplo, seja 17% inferior caso o país não enfrente a epidemia. Também está prevista uma queda na expectativa de vida para 45 anos na África meridional entre 2005 e 2010.
Além disso, apesar de a África ser o "epicentro mundial da epidemia", segundo a ONU, apenas 810 mil pessoas recebem tratamento anti-retroviral na região subsaariana. Cerca de 5 milhões de portadores precisam de atendimento.
Na luta contra a aids em 2005 foram investidos US$ 8,3 bilhões e o cálculo é de que em 2006 serão destinados US$ 8,9 bilhões para combater a doença. No entanto, a ajuda está longe dos US$ 14,9 bilhões que a Unaids considera necessários. Do total, 55% teriam que ser destinados apenas para a África, segundo o mesmo relatório.
Mas além da aids e da malária, a região africana é também afetada por outras doenças como a doença do sono que ameaça mais de 60 milhões de pessoas em 36 países da África subsaariana e a também a hanseníase que atinge mais de 6% da população, somando 690 milhões de pessoas. A tuberculose é outra, que apesar de ser fácil de ser combatida, mata anualmente meio milhão de pessoas no continente, sobretudo os mais pobres.
Por fim, deixo uma frase dita pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza: "a magnitude dos problemas com que a África se debate, ultrapassa, de longe, a sua capacidade de enfrentá-los".E aos países desenvolvidos? Assumam suas responsabilidades no incremento da ajuda oficial ao desenvolvimento aos países pobres. Eles precisam de vocês!
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